segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Dia 7


Amanheceu nublado. Mas meu coração não esmoreceu. Rumamos em direção a Uberlândia com o céu bastante carregado. Até sair do DF pistas duplas e viagem tranquila, quando cruzei a fronteira a primeira chuva. O cenário não era nada animador, achei que finalmente comeceria a fase aquática de minha aventura. Mas felizmente eram pancadas esparsas que só iam cruzando o meu caminho. O céu começou a abrir. Os deuses sorriam.



Comecei a entrar no Estado de Minas. A lembrança do jeitinho mineiro, o pão de queijo, coisas assim foram confortando meu espírito enquanto subia e descia grandes morros e fazia várias curvas sinuosas em boas pistas. Nesses sobes e desces vi um postinho de beira de estrada todo empoeirado. Olhei o odômetro marcava 80 km. Pensei 'deixa dar 100 km para parar, nesse posto nem tem pão de queijo...'. Voltamos a montanha russa e os quilômetros passavam, pastos passavam, vaquinhas malhadas e nada de posto. 90 km depois de nenhum outro posto não deu mais para a Maga, ela parou. Não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Fiquei na beira da estrada fazendo sinal. As pessoas nem paravam, os caminhoneiros me olhavam e seguiam reto. Começou a bater um desespero. Depois de muitos carros um senhor com sua esposa e um pincher neurótico pararam e me informaram que 20 km acima teria um posto. Poxa vida, só precisava de mais 1 litro para chegar lá. Podia ser pior. Parei a maga fora da estrada e fui atrás de petróleo.


Vida de caroneiro não é nada fácil. Ficar parado não adiantava de nada e comecei a andar. Andei bastante, cruzei carros e caminhões e nada. De repente um ônibus faz uma curva. 'Esse não tem desculpa para não parar' pensei eu. E claro que ele parou. Fui resgatado pelo Expresso Araguari.


Exatos 20 km a frente havia um posto. Comprei o combustível e para dar uma forradinha na barriga fui atrás do bendito pão de queijo. Mas, para minha surpresa não havia pão de queijo. 'Vocês estão denegrindo a imagem de Minas' eu disse, 'É domingo, já acabou' me informou calmamente o vendedor num típico mineires. Nesse momento eu percebi quão irônico havia sido o sorriso dos deuses.


Depois de comer, contrariado, um oleoso risole de frango, comecei a conversar com o frentista e ele me disse que os caminhoneiros não pararam porque não me conheciam. Ele me apresentou para o seu Sérgio que foi muito camarada e eu dei minha primeira volta em um caminhão.


Moto abastecida, sobrou apenas tempo para bater uma foto do fim do dia e parar em Coromandel/MG para pernoitar. Fiquei 200 km distante do meu destino. Podemos dizer que perdi, praticamente, um dia com esse acontecido. Mas pelo menos rendeu uma boa experiência. Amanhã passo o dia em Uberlândia e terça feira eu chego na capital paulista.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que galã!

Adoro a forma como você narra.

Me ligue quando você estiver entrando na cidade! Please!

beijos ditos nem digo mais.

Anônimo disse...

E não é que eu vim pra fazer um convite ao marido de Élida?
Pois bem!
Vcs estão convidados para um super encontro no domingo.
Sei que a saudade é muita, outras coisas devem estar maior ainda, mas.... DOMINGO vcs tem uma comemoração.
Conto com a presença do casal sensação do BootCamp.