domingo, 19 de outubro de 2008

A Gênese


Bem, primeiro post, acho que devo deixar as primeiras impressões do que vai ser a viagem e como cheguei a idealiza-la:
Depois de analisar o percurso de ônibus para a faculdade que pretendo cursar em São Paulo percebi que não merecia uma forma de vida tão indigna descendo de busões lotados em paradas chuvosas e terminais cheios de pessoas ávidas por coletivos com lugares livres. Como não tenho dinheiro para ter e sustentar um carro na cara São Paulo decidi comprar uma moto. De cara foram logo me dizendo que eu iria morrer vítima do impiedoso e assassino trânsito paulistano. Fiquei pensativo e percebi que precisava de confiança na direção da moto e que isso só vem com experiência, sendo assim idealizei uma viagem de Belém para São Paulo onde passaria por momentos únicos de decisão que, acredito eu, me deixariam mais preparado para o demoníaco trânsito da capital Paulista.

O coro de pessoas pessimistas aumentou. Dessa vez não seria roubado ou atropelado por um meliante em fuga da polícia, não derreteria com a chuva ácida ou derraparia para dentro do Tietê. Dessa vez meu destino seria o bruto e rápido término debaixo das rodas de um caminhão com a caveira de um boi na capô e guiado por um caminhoneiro de riso psicótico enfiado em uma boleia iluminada por uma infame luz vermelha. Eles foram bons em me aterrorizar mas mesmo assim decidi ir em frente.

Precisava comprar uma moto. Não querendo gastar com uma moto nova parti para o setor das usadas onde depois de muito pesquisar acabei comprando uma XR-200, 1997. Não é pequena, o que me ajuda na estrada, e nem tão grande já que é minha primeira moto. Depois, o equipamento: comprei jaqueta e calça de cordura, luvas, bota cano alto e capacete, tudo impermeável. Aí chegou a hora do roteiro. Utilizando o CouchSurfing decidi parar em 4 cidades: Imperatriz/MA, Gurupi/TO, Goiania/GO e Uberlândia/MG. Onde consegui contato em quase todas, menos Gurupi até o momento em que vos escrevo.

Depois de fazer tudo isso parti para o que, até agora, me parecia o mais fácil: CNH, a famigerada carteira de motorista. Mas essa coisa que, até agora, se mostrou o mais difícil fica para o próximo post.

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo relato. Quando eu era marinheiro de primeira viagem, também comprei as roupas de estrada, mas nunca confie que são impermeáveis. No chuvão mesmo, vão encharcar. Por isso, não dispense as capas de chuva, beleza. Parabéns pela coragem e boa viagem ! Estarei acompanhando.

Jhonny Russel disse...

Sim senhor!!

boa viagem !